Friday, January 5, 2007

Um lugar de redenção “CORPOS SEM SOM”, chegou hoje às minhas mãos. «A poesia, se não for o lugar onde o desejo ousa fitar a morte nos olhos, é a mais fútil das ocupações» Eugénio de Andrade Passado este Pórtico, à simples profunda e bela epígrafe, sucede-se: PREFÁCIO «os adjectivos laçados nas suas características próprias duma alma inconformada na procura de caminhos onde busca a sua essência na poesia», «os corpos e os jogos dos sentimentos rebolam», «perdure a vida na árvore da amizade e que se escreva nas suas folhas», Ana Mª Costa http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=4060Na última página um Índice indica o livro dividido em três partes, sem contarmos com o Prefácio temos: Estilhaços, Caminhos, Retratos. Estilhaços com 24 poemas, Caminhos com 22 poemas, Retratos com 33 poemas; CORPOS SEM SOM tem 79 poemas. Retratos termina com SIMPLESMENTE de 20 versos, Estilhaços começa com IDA E VOLTA de 7 versos. Todos os poemas, deitados na horizontalidade, são estâncias únicas. Uma só excepção confirma a regra: DIANA, em Retratos, está dividido em três estâncias – autonomizadas com títulos individuais – 1º ACTO/ 2º ACTO /3º ACTO. Agora podia começar a ler cada poema, um a um, como um vício... A poesia é daqueles vícios onde se apura a sensibilidade e a carência é um desejo de Beleza vindo ao mundo às vezes pelos fundos, larvar, imunda, indizível, satânica, momento de pânico ou abandono ao abandono, realidade sem dono, deus morto, Deus com_posto, a Poesia é gosto. Gosto da poesia da autora, Mónica Correia. http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=9576É uma poesia simples, sem vícios explícitos, não cultiva o exagero, vive da contenção. A palavra surge como se viesse dizer desde o primeiro verso até ao último: «O papel suporta as enfermidades», «Eu simplesmente vivi». A nós, leitores, não nos pede nada, a não ser que saibamos ler e procurar nas entrelinhas. Linha a linha… « IDA E VOLTA O papel suporta as enfermidades das mãos que comprimem as palavras. A tinta expele a vida que transborda por entre as linhas pautadas de tudo. É esta a história que escrevo... Marco na areia dos sentidos os passos desorientados de ida e volta. » Claro, por nossa conta e risco, a leitura cada um a faz. «Uma estrelinha que o guie»…, parece dizer cada verso, para cada leitor. Eu que da Poesia gosto como uma das Belas Artes, uma Arte Plástica feita de nós na voz que como um canto nos toca e transcende em espanto, leio-a como quem nela encontra um veio mineral, visceral da Terra, do lugar do corpo que habitamos. POR MINHA CONTA E RISCO «O papel suporta as enfermidades» acrescento ao mundo viver sensibilidade «das mãos que comprimem as palavras.» a tua que actua com a minha e é a sua «A tinta expele a vida que transborda» experiência de estar viva len_ta_ «por entre as linhas pautadas de tudo.» _mente desactivada de pensar «É esta a história que escrevo...» antes das nove da manhã... «Marco na areia dos sentidos» ou depois da meia-noite «os passos desorientados de ida e volta.» CONTA E RISCO acrescento ao mundo viver sensibilidade a tua que actua com a minha e é a sua experiência de estar viva len_ta_ _mente desactivada de pensar antes das nove da manhã... ou depois da meia-noite Ainda é cedo, o Correio chegou cedo; amei! Gosto de ser brasileiro para dizer as coisas assim... Assim Conta e Risco ou Depois da Meia Noite, acabei agora: 04-01-2007 11:58:08

Francisco Coimbra
http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=656
Publicado no Recanto das Letras em 02/01/2007Código do texto: T334763

“A Mónica Correia escreve uma poesia, diria eu, intimista que lhe sai de dentro das veias. Estas, estão contorcidas de metáforas que, ora com ternura, ora como um furacão extravasam a sua delicada pele, e pintam, com arte, nesta poesia antropológica e sensível, onde os corpos e os jogos dos sentimentos rebolam em técnicas que resultam na beleza - uma beleza que, por vezes, gela.”
Ana Mª Costa
“Poesia de um quotidiano verde

A poesia de Mónica Correia é de um quotidiano verde, azul, amarelo como um pastel da cidade. Poesia urbana natural onde se sente a inspiração Nuno Júdice? Ruy Belo? Uma poesia que avança por um retrato de Cesário Verde e uma música de Rodrigo Leão.
Dobra a curva da vida a poesia da Mónica na separação sofrida, na calha dourada de um e outro dia.
A óleo a poesia não escorrega, transporta sentidos, significados e significantes de uma prática textual persistente e bela.”
José Gil
“a sensualidade feita literatura ou a literatura feita sensualidade.
as palavras criam emoções e as emoções palavras.
significantes / significados / significantes. é o círculo poético
do discurso de mónica correia.”

José Félix

AGRADECIMENTOS


RETRATOS - Composição Musical por Henrique Gil